Hoje vamos explorar um dos temas que mais nos agrada de falar, como exploradores e amantes da natureza, andar faz parte da nossa genética, pois acreditamos que é a mais simples e verdadeira maneira de conhecer um sitio e a natureza que o envolve.

Não iremos falar de uma caminhada qualquer mas sim de algumas das maravilhosas caminhadas possíveis realizar no Parque Nacional Peneda-Gerês.

Ao ser percorrido apenas nas suas estradas já é maravilhoso… imaginem agora percorrê-lo nos seus mágicos trilhos por entre a floresta e pelas suas regiões de maior altitude, onde normalmente só os locais e os mais aventureiros vão. 

No nosso entender a melhor altura do ano para se caminhar no parque é a primavera e os inícios ainda amenos do Verão, primeiro porque à sua volta e em todas as direções será uma explosão de vida nova trazida pela altura do ano em questão, depois porque os trilhos secam das chuvas do rigoroso Inverno e tornam-se mais acessíveis e menos perigosos, o que torna a caminhada muito mais segura, tirando assim o máximo proveito do que o rodeia.

No parque existem trilhos para todos os gostos, todos as idades e formas físicas, maiores e mais pequenos em termos de distância, trilhos que duram um dia inteiro ida e volta e trilhos que duram 3 a 4 horas. 

Em termos de sinalização, existe um grande conjunto de trilhos devidamente sinalizados e segundo as normas internacionais, no entanto, também existem trilhos menos cuidados e com falta de sinalização.

Para estes pedimos prudência e que apenas os faça de dispuser da experiência e conhecimento do terreno, ou em caso de ir devidamente acompanhado, deixe que o seu espírito aventureiro o invada, mas sem o colocar em risco. 

Continuando nos cuidados a ter, reforçamos que é necessário o uso de roupa própria para caminhada, bem como proteção para a cabeça nos dias de maior calor, calçado confortável e com boa aderência de maneira a prevenir quedas e lesões.

Não menos importante é a água, apesar de o parque dispor de uma rede de fontes bastante abrangente é sempre necessário levar uma boa quantidade de água, tendo em consideração a distância a ser percorrida e das condições atmosféricas que se fizerem sentir e não se esqueça do snack, que como deve saber, caminhar, dá fome!  

Assim, procurando ajudá-lo quando chegar a hora de escolher, deixamos para si a nossa seleção de trilhos, para que possa satisfazer a sua necessidade de caminhar!

TRILHO “PEDRA BELA – ARADO”

Localização: Parque Nacional da Peneda – Gerês 

Ponto de Partida: Miradouro da Pedra Bela

Extensão: Aprox. 12km

Duração: +- 4h 

Nível de Dificuldade: Moderado

Cota mínima / máxima: 705m – 1048m

Tipo de Trilho: Trilho Natural e Paisagístico – Parcialmente Sinalizado e Circular

Miradouro da “Pedra Bela” 

Nada melhor para começar um trilho neste incrível Parque Nacional que a vista da Pedra Bela, considerada por muitos como a melhor vista do parque, certamente que lhe dará aquela força extra necessária para a execução deste bonito trilho.

Daqui terá uma vista bastante abrangente que caso o tempo permita, lhe irá dar uma bonita perspectiva sobre a Albufeira da Caniçada e a Portela do Homem, onde se localiza a fronteira mais próxima.

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Casa Florestal da “Pedra Bela”

Logo à saída da Pedra Bela dará de caras com um edifício inteiramente construído com largos blocos graníticos e com uma torre fazendo lembrar um farol.

Aqui era onde outrora os guardas do parque pernoitavam, servindo de base de onde partiram para fazer as suas vigias no parque, hoje em dia sem uso aparente, é um recordar de outros tempos.

Curral da Carvalha das Éguas

Construído junto a um imponente carvalho encontramos este simples mas bastante útil abrigo, que por anos a fio tem sido utilizado pelos pastores da região durante as “Vezeiras”.

De humilde construção, utilizando uma rocha granítica como uma das paredes, dispõe de uma fonte de água potável que pode utilizar para se abastecer, deve usar o portão para entrar e deve fechá-lo à saída, lembre-se há preservar.

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Curral da Lomba do Vidoeiro

Aqui irá encontrar o segundo abrigo neste trilho, este muito pequeno, o que nos leva a imaginar o quão difícil será a pernoita no seu interior.

Apesar de pequeno, tem alguns elementos bastante curiosos, uma cruz por cima da porta, muito provavelmente como símbolo de  proteção divina, uma mesa feita com uma laje de granito e até um género de armário feito da mesma rocha.

Caso pense que está perdido basta olhar e ver as inúmeras mariolas, pequenos montes de rochas empilhadas umas em cima das outras, que serviam de orientação para os pastores, por isso confie que está no caminho certo.

Sítio perfeito para se descansar um pouco e aproveitar o que nos rodeia.

Abrigo do Vale da Teixeira

Após o descanso e uns quilómetros mais à frente iremos ao encontro do Vale da Teixeira, entrincheirado no meio de dois grandes maciços graníticos, uma das coisas que desde logo salta à vista é uma pequena casa no meio do vale, chamado de Abrigo da Teixeira.

Como os dois anteriores, serve de abrigo aos pastores, no entanto as condições do da Teixeira são francamente melhores, pois é bem maior que os outros dispondo até de um telhado feito de telha, coisa que os outros não possuem, no entanto continua a ser uma construção humilde que apenas as condições básicas de subsistência.

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Cascata do Arado

Visto que o nosso sentido será descendente teremos uma vista privilegiada do topo da cascata, onde nos podemos sentar um pouco e descansar as pernas da já longa caminhada.

De seguida será a descida, que deve ser feita da parte esquerda da cascata onde a meio da descida, surge uma varanda de onde pode contemplar a cascata numa direção frontal, um espetáculo a não perder. 

Miradouro das Rocas

Com a cascata do Arado para trás é hora da última atração deste trilho antes de começarmos a subida de volta ao ponto de partida a Pedra Bela.

Onde o caminho de terra que nos traz do Arado encontra a estrada, terá à sua esquerda um enorme rochedo, este é o último desafio, subir até lá cima.

Sabemos as pernas já vão cansadas, mas a vista certamente será recompensadora, lá do cimo terá uma vista 360º graus sobre toda a região circundante, o último incentivo para terminarmos esta viagem.

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TRILHO PR14 TBR – TRILHO “SOBREIRAL DA ERMIDA DO GERÊS”

Localização: Aldeia da Ermida, Vilar da Veiga – Parque Nacional da Peneda – Gerês 

Ponto de Partida: Posto de Turismo da Ermida

Extensão: Aprox. 15km

Duração: +- 5h 

Nível de Dificuldade: Moderado

Cota mínima / máxima: 260m – 800m

Declive Máximo: 36%

Tipo de Trilho: Trilho Natural e Paisagístico – Sinalizado e Circular

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Aldeia e Miradouro da Ermida

Este trilho começa na bonita aldeia Serrana da Ermida, situada a 550 metros de altitude, é uma aldeia de vocação agro-pastoril.

Daqui irá poder contemplar os maciços graníticos do Gerês, os seus inúmeros vales e declives, a arquitetura rural e os elementos históricos da aldeia, tudo numa panóplia que mais se assemelha a um pintura, de tão bonita ser.

Ponte e Cascata do Arado

Já depois de algum tempo de caminhada é chegada a hora de vislumbrar a bonita cascata do Arado. 

Esta cascata representa um marco bem vincado na paisagem, caracterizada pela sua alta queda de água que no fundo possibilita a existência de uma bonita lagoa de águas cristalinas.

A cascata é abastecida pelo rio Arado que por sua vez deriva do rio Teixeira e Arieiro. Não muito longe da cascata e no decorrer deste trilho encontramos a ponte do Arado, que construída em 1936 permite-nos o transpor do rio e a subida à Serra, de maneira a podermos contemplar a riqueza verdejante nas margens do Arado.

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Curral da Malhadoura

Outra das atrações deste trilho são os currais onde os pastores se resguardam a si e aos seus animais aquando da execução da típica tradição pastoril da “Vezeira”.

Consiste na condução do gado para as pastagens no alto da Serra por dias ou mesmo semanas, daí a importância fulcral destes sítios, que por norma são constituídos por um local de pastagem, uma fonte com água potável e um abrigo, para a pernoita dos pastores.

Durante o trilho são de notar o Curral da Malhadoura, o mais significativo, o Curral de Portos e o Curral de Destes.

Fauna e Flora

Visto que o trilho passa por diversas altitudes e sítios com diferentes componentes geológicas, iremos passar por zonas de agrícolas, florestais, ribeirinhas e até mesmo de matos. 

Em cada uma dessas zonas a paisagem muda em flora e fauna. Nas áreas de cariz agrícola destacam-se a presença das árvores de fruto e o cultivo de legumes e outros produtos essenciais ao quotidiano da aldeia.

Nas zonas florestais destacamos a existência de árvores de porte médio/grande como o carvalho, o castanheiro, o vidoeiro, o medronheiro e em algumas partes mas menos abundante o azevinho.

No entanto, nem tudo são árvores grandes, rente ao chão temos a urze branca, a giesta em tons de amarelo e o tojo. Nas zonas ribeirinhas do Rio Arado encontram-se espécies de especial cuidado que se encontram em risco e são de interesse botânico, tais como a orvalhinha e pinguícola.

No que toca à fauna, junto da aldeia da “Ermida” teremos a presença do gado doméstico, como as cabras e as vacas que abundam na região e são essenciais à sua subsistência, nas zonas mais isoladas do percurso como os currais o habitat é bastante favorável à existência do cavalo selvagem “Garrano”, do corço, do lobo que será certamente muito difícil de avistar e de outras espécies como os esquilos e as raposas.

Um trilho que por certo não o deixará indiferente, pois trata-se de um misto de cultura, história e natureza, tudo no mesmo percurso.

TRILHO CAMINHOS DO PÃO, CAMINHOS DA FÉ

Localização: Vila do Soajo – Parque Nacional da Peneda – Gerês 

Ponto de Partida: Lage – Vila do Soajo 

Extensão: Aprox. 5km

Duração: +- 3h 

Nível de Dificuldade: Moderado

Cota máxima: 506m

Tipo de Trilho: Trilho Cultural e Paisagístico – Sinalizado e Circular

Este trilho é de enorme simbolismo para as gentes da Vila do Soajo onde tem o seu início e o seu término.

Representa fundamentalmente a conetividade entre duas vertentes bastante importantes, como o nome indica, por um lado todo o ciclo do pão que pode ser retratado por estes caminhos onde nas laterais correm levadas que abastecem de água os campos de milho por ali existentes, que por várias centenas de anos tem providenciado de milho os moinhos localizados neste mesmo percurso que movidos pela força da água por sua vez fornecem a farinha à vila, onde mãos ensinadas pelo tempo amassam o pão que alimenta o povo. 

Por outro lado a fé sempre foi muito característica deste trilho, não fosse passagem dos muitos crentes existentes nesta região, sozinhos ou acompanhando romarias que também por aqui passavam com o mesmo destino prestar culto ao Senhor da Paz, à Senhora da Peneda ou ao S. Bento do Canto e até caminheiros com destino a  Santiago de Compostela em Espanha.

Desde fiéis, gentes da labora, animais de carga, manadas de bovinos e rebanhos de caprinos, de tudo um pouco tem passado neste trilho centenário. Não espere para ser o próximo.

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Calçada de Pena Curveira

Como calçada que é, este será não só um dos pontos onde caminharemos, como um dos que teremos para contemplar, por aqui passaram durante séculos as mais diversas gentes das mais diversas gerações.

Feita de grandes blocos graníticos cravados no chão, apesar de antiga, continua num estado de preservação muito bom, devido à sua manutenção feita pelas gentes da região.

Literalmente caminhamos sobre as histórias dos que por aqui passaram e se pensarmos bem apercebemo-nos o quão fantástico isso é.

Moinhos da Cruz

A calçada leva-nos aos emblemáticos moinhos da cruz. À primeira vista podem parecer simples moinhos, mas a sua simplicidade já leva centenas de anos, colocados ali.

Estáticos nas margens da levada que por ali corre e lhes providencia a energia necessária para a sua função vital, a de moer os cereais que desde que a história reza, alimentam o povo da região. 

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Branda do Murço

Caso não esteja familiarizado com o termo “branda”, nós passamos a explicar. Uma branda trata-se de um núcleo populacional com características sazonais, por norma estas localização nos planaltos das Serras.

Na Primavera e no Verão os terrenos férteis são mais propensos para o cultivo e para a alimentação do gado, o seu surgimento deve-se muito ao facto de ser impraticável levar e trazer os animais diariamente ou de x em x dias, para os planaltos, assim construíram-se habitações de uso temporário.

As brandas das quais o nome deriva da palavra varanda, por se situarem em zonas altas e soalheiras, que assim acabam por ter um propósito semelhante às varandas, o aproveitamento do sol.

Ínsuas

Quase no final deste trilho encontramos o que chamamos de Insuas, exemplares do que outrora foram brandas que com o tempo e a falta de manutenção caíram em desuso.

Como a pedra dura milhares de anos, ali ficaram e continuam como prova da sua influência no povo da região e no seu modo de vida. E assim terminamos mais um dos belos trilhos do parque onde começámos na Vila do Soajo.

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TRILHO PR3 – TRILHO “CASTREJO”

Localização: Castro Laboreiro – Parque Nacional da Peneda – Gerês 

Ponto de Partida: Cruzamento – Castro Laboreiro 

Extensão: Aprox. 17km

Duração: +- 7h 

Nível de Dificuldade: Moderado

Cota máxima: 1124 m

Tipo de Trilho: Trilho Cultural e Paisagístico – Sinalizado

Inverneiras do Percurso:  Barreiro, Assureira, Curveira, Cainheiras, Varziela

 

Este trilho feito no sentido contrário aos ponteiros do relógio. 

Mais que um trilho de beleza ímpar, com paisagens impressionantes e caminhos centenários, é um trilho que nos ensina muito acerca das vivências dos que por estas terras vivem e delas dependem. 

Hoje em dia muito se fala em “sustentabilidade“, é tema do momento no toca principalmente ao turismo e agricultura e para espanto de muitos a sustentabilidade é praticada nestas terras por centenas de anos, aqui o povo aprendeu que forçar a natureza não é solução e com isso decidiram há muito acompanha-la no ritmo que ela lhes impõe.

Como tal, soluções foram necessárias para se chegar a um equilíbrio quase perfeito entre homem e natureza. Desta forma decidiram viver consoante as condições meteorológicas, criando o que chamamos de Inverneiras e Brandas, núcleos populacionais sazonais, que lhes permitem mover-se com os seus animais, tendo um aproveitamento máximo do que cada época do ano lhes providência. 

Deste modo com preparações prévias e com datas específicas para o efeito, a 15 de Dezembro já com o frio a fazer-se sentir os locais deslocavam-se para as “Inverneiras” zonas de baixa altitude protegidas do frio, onde permaneciam durante todo o Inverno, até que com a Primavera a despontar, a 15 de Março deixavam as suas “Inverneiras”  e retornavam às “Brandas”, subindo às zonas altas do planalto onde permaneciam durante a maior parte do ano, sendo estas mais férteis e com melhores pastagens para os animais.

No entanto regularmente os locais deslocavam-se às Inverneiras para cuidar do solo, tirando assim o maior proveito dos 2 núcleos sazonais, retornando sempre no final do dia às respetivas “Brandas”.

Neste percurso que passa maioritariamente nas zonas baixas irá ter uma visão em primeira mão de como estes núcleos foram construídos e como operam, devido a ser uma tradição a cair em desuso a maioria destes núcleos encontra-se deserto, no entanto há sempre a exceção à regra e em alguma das 5 Inverneiras do percurso irá certamente encontrar gentes na labora das terras ou a tratar dos seus amados animais.   

Capela de S. Brás, Moinho de Água e Ponte da Assureira

Ao passar pela Inverneira da Assureira, é de notar uma pequena capela que contém traços de construção “Manuelina”, estilo arquitetônico português, que surgiu nos inícios do Séc. XIX e é caracterizado como o “Gótico Tardio”, no entanto devido às remodelações pouco criteriosas já feitas, a capela tornou-se incaracterística.

Junto à capela encontrará também um moinho para a moagem do milho de data incerta, mas colocado algures já na idade moderna e a Ponte da Assureira que dos 3 elementos referidos é a mais antiga datando da Baixa Idade Média em que curiosamente as partes mais bem preservadas são as mais antigas, se olharmos atentamente os blocos maiores são os origem romana que estão em perfeitas condições, os mais pequenos também presentes são os mais modernos e menos conservados.

Sugestão: Antes ou depois de atravessar a ponte faça um pequeno desvio até ao rio e espreite para a parte inferior do tabuleiro, por certo se irá aperceber da diferença!

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Ponte Cava da Velha

Devido à sua extensa rede hidrográfica este região necessitou de inúmeras pontes desde tempos longínquos, a da Cava da Velha sendo uma das mais antigas, datada do Séc. I, foi construída por ordem dos romanos aquando da construção da ligações entre os territórios conquistados na Galiza em Espanha,  e os territórios no norte de Portugal.

A ponte não se encontra com o seu aspeto original, tendo sido reformulada na idade medieval.

Bico do Patelo

Seguindo os caminhos deste trilho e logo após transpor a “Inverneira da Curveira”, irá encontrar o Bico do Patelo, estranha formação granítica em forma de bico, faz-nos lembrar a cabeça de uma ave de rapina, localiza-se no topo de um maciço rochoso, digno de todas as fotos que poder tirar.

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Ponte das Cainheiras

Do Bico do Patelo à Inverneira das Cainheiras, a caminhada será de mais alguns quilómetros pelo meio destas paisagens verdejantes, transpondo um ou outro ribeiro e o rio da Corga das Lapas.

Chegados á Inverneira, terá à sua espera a Ponte das Cainheiras, de grande importância para a população pois é uma das conexões às brandas utilizadas no Verão, que se situam junto ao planalto na margem esquerda do Rio Laboreiro.

Esta ponte por sua vez é bem mais recente do que as anteriores datando do Séc. XVIII, de construção simples, mas bastante efetiva.

Ponte da Varziela

Das Cainheiras iremos não muito longe até á ultima Inverneira do trilho a da Varziela, como se pode perceber pela abundância das mesmas, o seu papel era de uma importância ímpar para a população e o seu sustentável modo de vida. Aqui encontramos mais uma das pontes que em tanto nos ajudam a transpor estes caminhos antigos, a “Ponte de Varziela”.

Das inúmeras da região, esta é a que apresenta mais evidências de ter sido construída no período medieval, devido às poucas intervenções que foi alvo, datando a sua construção algures entre o Séc. XII e XIV, representando uma preciosa ligação entre a Galiza e os territórios portugueses.

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Ponte Velha de Castro Laboreiro

Já cansados mas certamente com um sentimento de dever cumprido e superação, temos uma última paragem a fazer neste trilho, a Ponte Velha de Castro Laboreiro. 

Ali estabelecida em estilo medieval e que, apesar das incertezas, se pensa ter sido construída algures entre o Séc. XV e XVI. Serve de acesso aos moinhos que pelas linhas de água fora se foram estabelecendo, fornecendo também uma essencial passagem a quem se dirigia ao castelo. 

Transpondo a ponte, chegamos por fim, ao final deste trilho, de volta à fantástica vila de Castro Laboreiro, onde por certo terá tempo de recuperar energias, com as delícias gastronômicas por lá feitas.

Panorama do Castelo de Castro Laboreiro

Depois de tantas preciosidades pelo caminho, deixamos uma pequena sugestão que o fará sair dos contornos da vila.

A caminhada foi longa e nada melhor que um olhar mais abrangente sobre toda a região, por isso sugerimos que se dirija ao Castelo de Castro Laboreiro fortificação ali construída para defesa da região e controlo da fronteira ali perto, por esta altura já terá certamente dado conta da sua imponente existência.

Entre pela porta do Sapo contemple a vista maravilhosa e quando a vista estiver bem explorada poderá regressar à vila pela Porta do Sol.

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