Molette

Molette famoso pela sua frescura e fofura, o pão do povo da cidade do Porto, alimento de todos sejam eles mais ou menos afortunados.

Reside na sua simplicidade uma história centenária.

O nome não sugere raízes portuguesas, mas foi na cidade do Porto, que um soldado francês de seu nome Reymond que por cá se deixou ficar, após as revoluções francesas, estabeleceu o seu negócio de restauração chamado Reimão, situado na rua de mesmo nome (Reimão) que hoje em dia se chama Avenida Rodrigues de Freitas.

Por lá pararam muitos célebres, de entre eles Camilo Castelo Branco, famoso escritor português. Mas de todos os céleres que lá pararam o mais célere será sempre o Molette, criado por Reymond e apreciado por tantos!

Disponível na grande maioria das padarias, pastelarias e cafés da cidade do Porto é fácil de encontrar perto de si, peça torrado ou normal, com ou sem manteiga ou mesmo com uma deliciosa geleia, acompanhado pelo nosso querido galão.

Molette um simples pedaço de história!

Francesinha

Por muitos considerado um dos pratos mais emblemáticos da cidade do Porto, nascido pelas mãos de Daniel David Silva, que depois de anos passados em França e já de volta ao Porto e a trabalhar no restaurante “Regaleira” se inspirou no famoso “Croque-Monsieur” para criar o prato tipicamente portuense a que hoje chamamos de Francesinha.

A sua confeção de baixo custo fez com que se tornasse acessível a todos de um modo geral, o que contribuiu para a sua reputação. Composta por duas fatias de pão torrado, bife de vaca, linguiça, salsicha fresca, mortadela e uma cobertura de fatias de queijo, não é tão pequena como o nome sugere?

No entanto é na frescura e qualidade dos ingredientes bem como no seu molho denso, rico e picante a gosto que reside o segredo.

E qualquer portuense sabe que deve ser servida com batatas-fritas palito e cerveja bem fresca!

Este é outro dos pratos fáceis de encontrar na cidade do Porto, os paladares são muito variáveis, bem como as composições no que toca a gostos há para todos, no entanto como portuenses que somos recomendamos que provem a original. A não perder!

Alheira

Não há nada mais português que enchidos! Ninguém rejeita uma salsicha cheia de carne, ou em facto, do que for!

Aclamada por muitos como a salvação dos judeus em Portugal, a Alheira nascida em Mirandela e tradicionalmente apreciada no Porto, é cheia de história!

Após a inquisição chegar a Portugal em 1536, os judeus começaram a ser perseguidos e muitos disfarçaram-se das mais diversas maneiras, uma das mais marcantes acabou por ser a dos habitantes de Mirandela que inventaram um tipo de salsicha bastante semelhante em aspeto á farinheira e chouriço de porco, o que permitiu a esta comunidade judaica iludir os inspetores da inquisição, que no momento da inspeção das casas procuravam pela ausência de enchidos, pois os judeus são conhecidos por não comer porco. Desta forma salvaram-se talvez milhares de vidas e ficou como prova disso a nossa deliciosa alheira!

Servida com uma boa batata frita, um ovo estrelado e um simples arroz branco!

De Trás-os-Montes para Portugal inteiro e quiçá para o mundo,

Esta é a história da Alheira!

Bacalhau à Gomes de Sá

Por trás de um grande prato está sempre um grande idealista, de nome José Luís Gomes de Sá, negociante de bacalhau e portuense de gema, foi no muro dos bacalhoeiros na fantástica ribeira do Porto que nasceu a receita do Bacalhau à Gomes de Sá.

A receita dita que o bacalhau seja cortado em pequenas lascas, colocado em leite para ficar mais macio e preparado para ir ao forno, com cebola, azeite e alho, fazendo-se acompanhar da típica azeitona, da frescura da salsa e do ovo cozido! Recomenda-se um belo vinho verde tinto ou um Douro tinto, para um balanço de paladares.

A receita foi posteriormente vendida ao Restaurante “O Lisbonense”, cujo proprietário João era amigo de Gomes de Sá.

É um prato profundamente conectado com a tradição portuguesa, apreciado não sou no Norte, como em todo o país e até alem fronteiras, nomeadamente em países lusófonos.

Aqui fica a história de uma das 1001 maneiras de confecionar Bacalhau em Portugal!

Broa de Avintes

A tradição da broa em Portugal é tão antiga como o próprio pais. Aqui pelo Porto aprecia-se entre outras a histórica Broa de Avintes.

A sua origem remonta ao reinado de D. Dinis, 5º Rei de Portugal, quando o próprio preocupado com os inúmeros fogos existentes na cidade do Porto, decretou que todos os padeiros comecem-se a operar fora da cidade dividindo-se entre duas povoações Valongo para os padeiros que usavam farinhas trigo e Avintes para os que usavam farinha de milho e foi assim que em Avintes a famosa broa surgiu, densa, pesada e ligeiramente húmida!

Outrora eram transportadas pelas padeiras, nos seus barcos “Valboeiros” até ao cais na ribeira do Porto designado pelo Cais das Padeiras de Avintes, que não só eram conhecidas pelo pão como também pela sua beleza!

Como alimento de todos para todos, este pedaço de história está disponível na maior parte das padarias portuenses, muito provavelmente na mais próxima de si! A não perder!

Jesuítas

O nome sugere ligações religiosas e é dito que as tem, mas as incertezas em volta da origem deste doce são imensas.

Por um lado, diz-se que tem origem conventual, nomeadamente com a Companhia de Jesus e aos seus monges de nome Jesuítas. Por outro lado, pensa-se que terá sido um pasteleiro espanhol que trouxe a receita até Santo Tirso, onde se dizem comer os melhores Jesuítas, atualmente.

Um dos sítios mais emblemáticos em relação aos jesuítas é a Confeitaria Moura onde se acredita ter trabalho o pasteleiro espanhol então contratado por Guilherme Ferreira de Moura fundador da mesma. Localizada em Santo Tirso, a 35min de carro a partir do Porto, confeciona o doce desde 1892 sempre com a mesma elevada qualidade de produto! Vale sem dúvida a viagem!

Caso não tenham como se deslocar, na cidade do Porto os Jesuítas são bastante apreciados pelos portuenses, por isso será fácil encontrar o seu. É perfeito para um pequeno-almoço ou até a mesmo ao lanche, sumo natural ou café recomendam-se!

Tripas à Moda do Porto

Não há nada mais à moda do Porto do que as tripas!

Este é um prato com forte simbolismo para os portuenses, é a razão pela qual lhes é atribuído o acarinhado nome de tripeiros, do qual são fortemente orgulhosos!

A razão pela qual se fizeram das tripas gastronomia no Porto, foi quando em 1415 D. João I, iniciou preparações para invadir Ceuta no norte de africa e a fim de ajudarem o máximo que podiam, os cidadãos do Porto deram todas as sua comidas mais nobres ficando apenas com partes normalmente dispensáveis, entre elas as tripas.

Este prato é um símbolo de união e sacrifício em tempos que assim o exijam, demonstra a força e a vontade de um povo, dos portuenses, dos tripeiros!

É muito rico em sabor e variedade de ingredientes, devido a ser composto por partes menos nobres do animal como as patas ou orelhas, pode causar alguma reticência na hora de optar, mas vá por nós, é de comer e chorar por mais, acompanhado por arroz branco e um belo vinho tinto!

Caldo Verde

O nome não estranha a ninguém em Portugal, não fosse ela uma das sopas mais tradicionais e emblemáticas do país.

Com humilde origem nas províncias nortenhas de Portugal, mais especificamente na região do Minho, o Caldo Verde foi criado por agricultores que desprovidos de riqueza, utilizavam ingredientes baratos que vinham das suas terras para fazer um caldo. Caldo esse que se foi adaptando durante anos á realidade de cada província onde era produzido.

Depois de se tornar famoso em toda a região Norte de Portugal, a sua influência espalhou-se por todo o país e até mesmo no Brasil.

De composição simples, humilde como o povo. Mas forte o suficiente para servir de sustento.

Assim se caracteriza a sopa das sopas em Portugal, de seu nome Caldo Verde.

Devido ao famoso que é, é bastante fácil de encontrar nas ementas dos mais diversos restaurantes do Porto.

Bifanas

Se vem ao Porto, sem dúvida que não pode passar sem experimentar as deliciosas Bifanas.

A história diz que a receita foi criada na margem Sul do Tejo, numa terra de seu nome Vendas Novas, ainda hoje são consideradas a melhores do país por muitos.

No entanto o Norte tem sempre uma palavra a dizer no que toca a gastronomia. No Porto temos também a nossa própria versão de bifanas, com perfil e personalidade muito própria e diferentes das suas irmãs do sul do Tejo.

Cá no Norte, o bife é cortado finamente, apresentado inteiro e feito com um molho á base de manteiga. O molho dá a riqueza a este prato de traços simples, mas com uma dinâmica de sabores intensos, nomeadamente um picante omnipresente que o fará pedir a rainha dos acompanhamentos, a cerveja!

Na cidade do Porto, Tasco que se preze tem de ter Bifanas!

Bolinhos de Bacalhau

Ao vir a Portugal pela primeira vez, certamente que irá ouvir que por cá temos 1001 maneiras de confecionar este afamado peixe chamado bacalhau.

Intimamente conectado com a gastronomia do país o bacalhau deu ao imaginário dos gastrónomos um leque infindável de ideias, sendo uma das mais famosas os Bolinhos de Bacalhau.

A sua origem é incógnita, mas crê-se que tenha sido inicialmente criada na região do Minho, no Norte de Portugal, tendo a sua primeira receita sido escrita em 1904, por um oficial do Exército Português de seu nome Carlos Bandeira Melo.

De fácil confeção sendo maioritariamente composto por bacalhau, batata, ovo e salsa, faz-nos mais uma vez mais perceber que a riqueza de um prato não está na sua complexidade, mas no seu sabor.

Ótima companhia para uma refeição leve ou mesmo para uma tarde de comes e bebes servido como petisco, acompanhado por um bom vinho branco ou mesmo um fantástico vinho verde da região do Minho.

Por cá, encontra-se em todo o lado!

Se está na cidade para uma curta visita ou uma estadia mais prolongada, com um orçamento mais folgado ou apertado, há uma excelente opção de alojamento no Porto para si.